Objeto de desejo ou, o aparelho!


Quando um dos meus primos colocou aparelho, achei aquilo tão legal... Fosse móvel ou fixo, o aparelho odontológico tornou-se, para mim, um dos maiores sonhos de consumo.
Já que naquela idade ter aparelho não me era possível, resolvi apelar para o papel alumínio. Com um pouco de criatividade, pude cobrir os dentes de prateado e com o auxílio de um palito de pirulito, prender a língua para falar “ATHIM” (fazer pronúncia do th em inglês), do mesmo modo que o meu primo passou a falar.
Mas antes mesmo do esperado, a dentista anunciou: – Escuta aqui, você vai ter que colocar aparelho ou vai ter que arrancar quatro dentes, escolha! Diante das opções um tanto dramáticas, optei pelo aparelho, é lógico.
Com a notícia correndo à solta (culpa minha), a galera “amiga” começou a me estimular: - Agora, você vai ver o que é bom para tosse, vai doer até a morte, você vai sofrer...
A partir desse momento as ameaças se concretizaram. A cadeira da dentista, que antes era um bom local para relaxamento, passou a ser a mais requintada máquina de tortura.
Anéis de metal foram colados, um a um, em volta dos dentes. Ligas de elástico conectaram a mandíbula inferior à superior e um freio, (GENTE UM FREIO, VOCÊS TÊM NOÇÃO?!) teve que passar a ser usado a maior parte do dia; e tudo isso com a minha nobre colaboração. De consolo, a dentista docilmente perguntou: “quer a almofadinha de estrelinha ou a azul?”.
Por falar em tortura, o pior de todos os aparelhos é aquele da chavinha que sua mãe precisa todo o dia apertar para abrir os ossos do céu da boca. Já viram quanta imaginação para inventar um aparelho desses?
Pior do que ter de mastigar um bife logo após a manutenção (e “apertação”) é esquecer o aparelho dentro do guardanapo em cima da mesa do restaurante. Na verdade isso deve ser mais terrível para o garçom. Depois de um dia intenso de trabalho servindo e paparicando clientes famintos, o coitado precisa pagar o mico e ter que procurar nas latas de lixo o diacho do aparelho que eu ou você (um bando de miolo mole) esqueceu na mesa do restaurante. Podre, meu amigo – essa é podre!
Bom gente, já que a intenção é saúde e estética quero dizer para vocês que ATHINAL USTHAR APARELHO POTHE STHER MUTHO POSITHIVO!

GRA - 2008

Comentários

  1. Sempre tive vontade e a necessidade, não tão necessária assim, de colocar aparelho nos dentes. Mamãe nunca me apoiou e fui deixando para depois. Hoje, com quase 25 anos, soube que perdi a hora de colocar o danado. O tratamento deverá ser mais demorado e, depois de tudo, talvez tenha que usar o tal aparelho de contenção.
    Feliz quem pode e pôde colocar na idade certa. Quando estiver mais "véim" vai estar com um sorrisão liiiiiindo de ver.
    Parabéns pelo blog!

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